Os estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Distrito Federal anunciaram recentemente a intenção de manter e até ampliar o modelo de escolas cívico-militares em suas redes de ensino. Aparentemente, eles estão convencidos de que essa é a solução mágica para todos os problemas educacionais do país. Será que eles também acreditam em unicórnios e fadas?
A ideia de escolas cívico-militares surgiu como uma espécie de resposta desesperada dos governantes para tentar melhorar a qualidade do ensino. Afinal, quem melhor para ensinar matemática e português do que um sargento do exército, não é mesmo? Eles têm toda a expertise necessária para ensinar crianças e adolescentes a lidar com números e letras, além de disciplina e hierarquia.
Claro, porque o que as nossas escolas realmente precisam é de mais disciplina militarizada. Nada melhor do que transformar nossos jovens em pequenos soldados, prontos para obedecer ordens e marchar em formação. Quem precisa de pensamento crítico e criatividade quando se pode ter uma educação rígida e autoritária?
E não podemos esquecer do uniforme! Afinal, como podemos esperar que nossos alunos aprendam alguma coisa se não estiverem todos vestidos iguais? O importante é uniformizar, padronizar e controlar cada aspecto da vida escolar. Quem se importa com a individualidade e a expressão pessoal?
Além disso, a presença de militares nas escolas certamente vai ajudar a resolver outros problemas sociais, como a violência e o tráfico de drogas. Afinal, nada assusta mais os criminosos do que um professor fardado com uma régua na mão. Com certeza, eles vão pensar duas vezes antes de se envolverem em atividades ilícitas.
E se você acredita em tudo isso, também acredita que o Papai Noel existe e que o coelhinho da Páscoa traz ovos de chocolate. A verdade é que a educação não se resolve com medidas autoritárias e simplistas. Ela requer investimento em infraestrutura, formação de professores, valorização da cultura e do conhecimento.
Então, enquanto alguns estados insistem em apostar em soluções mágicas e fantasiosas, a educação continua sofrendo. Enquanto isso, nossos alunos seguem sem acesso a uma educação de qualidade, sem professores bem remunerados e sem estrutura adequada nas escolas.
Talvez seja hora de parar de acreditar em contos de fadas e começar a investir de verdade na educação. Mas, enquanto isso não acontece, vamos continuar marchando em formação e sonhando com um país onde a educação seja levada a sério.